As mudanças climáticas são um dos grandes obstáculos para objetivos mundiais de desenvolvimento como erradicação da pobreza, educação universal, maior expectativa de vida, prevenção de doenças etc., afirma o Relatório de Desenvolvimento Humano 2014 (HDR), lançado em Tóquio na última semana.
O documento, publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), identifica as mudanças climáticas e os desastres naturais como uma das seis grandes ameaças ao desenvolvimento humano, juntamente com riscos econômicos, desigualdade, insegurança alimentar, insegurança física e problemas de saúde.
Por exemplo, o texto afirma que as mudanças climáticas produzirão mais secas em regiões áridas e furacões, tufões e outros eventos climáticos extremos mais intensos e frequentes, levando também ao aumento do nível do mar, enchentes, escassez de água em regiões chave, migração e extinção de espécies de plantas e animais e acidificação dos oceanos.
“A manifestação da vulnerabilidade a eventos climáticos extremos e a crise alimentar têm sido uma ameaça recorrente em diferentes regiões do mundo”, afirma o relatório, acrescentando que “uma ação multilateral é a chave” para combater esse problema urgente.
O relatório constata também que muitas das sociedades mais vulneráveis aos desastres naturais são frequentemente as mais pobres e que não foram responsáveis pela depredação de recursos e pelas mudanças climáticas, como é o caso de pequenos Estados insulares e grupos que praticam agricultura em pequena escala.
Por isso, empresas, investidores, cidades e governos, que são os agentes chave que podem reduzir as emissões e criar resiliência, devem, além de tentar minimizar as ameaças climáticas através de ações globais, buscar reduzir a vulnerabilidade às mudanças climáticas através da erradicação da pobreza.
“A menos e até que as vulnerabilidades sejam abordadas efetivamente, e todas as pessoas gozem da oportunidade de compartilhar o progresso do desenvolvimento humano, avanços no desenvolvimento não serão nem equitativos nem sustentáveis”, disse Helen Clark, administradora do PNUD.
Por: Jéssica Lipinski - Fonte: Instituto CarbonoBrasil