Omar Khayyan foi um grande poeta, matemático e astrônomo persa. Entre muitos cálculos e descobertas importantes, ele corrigiu o calendário persa e o novo calendário tinha uma margem de erro de apenas um dia a cada 3.770 anos. Omar é reconhecido internacionalmente por conta de seus trabalhos na literatura e na ciência de seu tempo.
Ele se destacou na literatura, tendo ficado muito conhecido, principalmente, pelos seus famosos versos contidos na sua principal obra “Rubaiyat”, onde demonstra a sua filosofia de vida imanentista, com um profundo apreço à fruição intensa da Vida e também um ceticismo em relação às ideias religiosas e metafísicas da humanidade. O Rubaiyat é, acima de tudo, uma obra prima, um elogio à Vida vivida intensamente, mas sempre no exato equilíbrio entre os excessos da libertinagem e da devoção.
Se esperas a paz definitiva, sorri ao destino que te fere; e não firas a ninguém.
Ninguém desvendará o Mistério. Nunca saberemos o que se oculta por trás das aparências. As nossas moradas são provisórias, menos aquela última. Não vamos falar, toma o teu vinho.
Enquanto erguias a tenda da Sabedoria, caíste na fogueira da dor; agora és cinzas. O Anjo cortou as cordas da tua tenda e a Morte vendeu-a por uma ninharia.
Além da Terra, pelo Infinito, procurei, em vão, o Céu e o Inferno. Depois uma voz me disse: Céu e Inferno estão em ti.
Tenho igual desprezo por libertinos ou devotos. Quem irá dizer se terão o Céu ou o Inferno? Conheces alguém que visitou esses lugares? E ainda queres encher o mar com pedras?
Bebe vinho, ele te devolverá a mocidade, a divina estação das rosas, da vida eterna, dos amigos sinceros. Bebe, e desfruta o instante fugidio que é a tua vida. Olha, um dia a alma deixará o teu corpo e ficarás por trás do véu, entre o Universo e o desconhecido. Enquanto não chega a hora, procura ser feliz. Para onde irás depois? Busca a felicidade agora, não sabes de amanhã. Apanha um copo cheio de vinho, senta-te ao luar, e pensa: Talvez amanhã a lua me procure em vão.
Que pobre o coração que não sabe amar e não conhece o delírio da paixão. Se não amas, que sol pode te aquecer, ou que lua te consolar?
É inútil a tua aflição; nada podes sobre o teu destino. Se és prudente, toma o que tens à mão. Amanhã... que sabes do amanhã?
Não me lembro do dia em que nasci; não sei em que dia morrerei.Vem, minha doce amiga, vamos beber deste copo e esquecer a nossa incurável ignorância.